Há muitos anos que produz azeitona. Mais de cem com toda a certeza. Eu desde que me conheço que a admiro, sempre imponente junto à estrada . Já viu passar milhões de pessoas e de automóveis e sei lá mais quantas outras coisas que só ela sabe e não conta a ninguém, não é de novidades.
Permanece sempre impávida e serena dia após dia como que a dizer a toda a gente que não vale a pena andar a correr, pois a vida deve ser vivida com a maior calma possível.
Quase todos os fins de semana lhe faço um pouco de companhia sentado no banco que construí por baixo dela.Temos grandes conversas acerca da vida em geral e do estado em que o país se encontra.
A ultima conversa foi animada e por fim disse-lhe que embora seja um pouco doloroso, vou ter que aliviar a sua carga e vai ter que ser ripada de quase toda a sua azeitona, coisa com que ela não concordava pois afirmava que lhe tinha custado muito a criar e manter aquele seu património.
Por fim acedeu e baixinho segredou-me, Oh João então não é isso que nos estão a fazer a todos nós neste país a "ripar-nos".
Não lhe dei resposta, sorri, levantei-me e pensei para comigo é mesmo isso grande oliveira, tens toda a razão.
Também tenho uma oliveira centenária no meu quintal. às vezes dou por a pensar no que aquela velha árvore teria para me contar se pudesse falar. Admiro o espírito de sofrimento das oliveiras. Quando deambulo pelo Alentejo e as vejo nos sítios mais incríveis, suportando as agruras do frio e da seda, penso que elas afinal são um belo exemplo de vida para todos nós...
ResponderEliminarUm abraço
João
A oliveira é das árvores mais resistentes que conheço aqui no Alentejo, suportam tudo, até fogo. Elas sempre encontram maneira de rebentar e voltar a viver.
ResponderEliminarUm abraço